Primeira personagem ' O Artur' - como o/a conheci

Epá tenho de ser eu né? Esperei mais duma semana!

Como eu conheci ‘O Artur'?

( nome entre aspas, como as personagens bíblicas, que de facto é o que ele é).

Algures numa Segunda-Feira... Outono de 1996...faz 13 anos! Imaginem.

Caloirito parvo, já deixei de ser caloiro, chego ao ISEC, à data uma instituição com muitos bebados por metro quadrado, mas também com alguns alunos. O Fánan, trazia-me quase pela mão, qual irmão mais velho. Entrega-me aos coleguinhas. Boiça, tenho de ir mudar de curso, as praxes são ali, e aponta-me para o espaço frente ao pavilhão de química, logo ao lado do bar. Coincidências. Já devia desconfiar, que ir às aulas, não era de todo a minha prioridade. Lá fui apresentar-me aos doutores, chego de mansinho, cagado de medo, e com os olhos como o gato das botas. És caloiro? Sou... respondo cheio de entusiasmo. Naquela manhã devo ter bebido uns quatro ou cinco copos de água tépida. Que bem que me souberam. :p.

Almoço com uns pauzinhos apanhados no arvoredo. Boa, pensava eu, será que vai ser assim o ano todo? Como sabem sou um rapazinho muito dado a parvoíces. Agora que recordo, só devo ter conhecido ‘O Artur’ lá para quarta-feira!

Voltando ao inicio... (Já escrevi isto tudo, vou lá apagar!)

Quarta-feira algures no Outono de 1996.

Ia do ISEC para casa, depois do almoço, (bendita hora em que fui morar para a Carlos Seixas e tinha sempre de passar pelo Xico), e estavam o Tozé, o Zé (o padrinho dele e meu mais tarde), o Rui, o Arromba, o Mike e pelo menos dois caloiros, deviam ser mais, mas só me lembro deles fazer o q? Os caloiros, dois cromos que só visto. Um era (é) um bêbado, o outro tinha (tem) a mania que era (é) um pintas. Grandes parvos pensei. Tinham (tem) mesmo aspecto disso. Ia a passar à beira da esplanada do Xico, e chama-me o Zé… ó tu aí, és caloiro? Aproximo-me. Sou. Onde julgas que vais? Vou a casa. Não, não… ias porque agora ficas aqui.

Que sacrifício passei naquela tarde, a beber Super Bock’s, umas atrás das outras. Pensei que ia morrer, logo eu que não gosto nada.

Mas vamos ao que interessa. Já mais para o fim da tarde, quase noite, sobravam três caloiros, eu e os dois parvos, o pintas e o bêbado. Estava formado o triunvirato. Ali estivemos a subir e a descer as escadas defronte do Xico, com aquela cena do Bizz e do Buzz nos números primos enquanto se contavam os degraus a subir as escadas. O Tozé, julgo que o Tozé, teve a brilhante ideia de ir beber uma lá abaixo. Olha sempre fico mais perto de casa, passou-me pela ideia, ingénuo. Descemos a rua toda a fazer declarações a todas as fêmeas, novas, velhas e assim-assim. Bebemos mais umas… cervejas.

Quando vínhamos a subir, estavam umas miudinhas à porta de casa, quase vou jurar que do prédio, onde iria ‘permanhar’ no ano seguinte. CALOIRO, grita o Tozé, e de indicador aponta para as gaiatinhas. Por esta altura já nos digladiávamos porque todos queríamos fazer a declaração. Chegou primeiro ‘O Artur’. Começa a sua declaração, e nisto põe-se de gatas, sempre sem parar a sua ‘linda’ declaração. CALOIRO, as declarações são de joelhos, não de quatro. ‘O Artur’, ainda de quatro olha para cima, para o Tozé, e com aquele seu sorriso de orelha a orelha, vocês sabem do que estou a falar, mas com os olhos muito tristes e cândidos , diz muito devagarinho, como que medindo as palavras. Doutor……(soluço)…… só me consigo segurar…(engole em seco) … de quatro.

P.S. Nessa noite deve ter tido o primeiro de muitos jantares no 57, R/C C (acho que era assim), daD.Pedro de Cristo. Agora vejam bem onde essa tarde nos trouxe, e o caminho que juntos percorremos. Abençoado Deus Nosso Senhor.

P.SII. Há aqui uma imprecisão histórica, a frase do Artur, a punch-line é em bom rigor. – Doutor, não me consigo segurar de joelhos.